sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
A HISTÓRIA da Biblioteconomia
. No entendimento de Buonocuore (apud HERNÁNDEZ, 2002, p.31), a Biblioteconomia é definida como um conjunto de conhecimentos teóricos e técnicos relativos a organização e administração de uma biblioteca.
Em virtude de sua presença em congressos, revistas científicas e em campos universitários vai alcançando a magnitude de outras Ciências Sociais. Estabilizando-se como ciência que aglutina o conhecimento em geral ela está integrada ao corpo das Ciências da Documentação, por meio de seu processo administrativo em bibliotecas. No ano de 1627, Gabriel Naude foi quem criou o termo Biblioteconomia. Em muitas de suas obras ele distingue as bibliotecas privadas, que são especializadas para a individualidade de seus proprietários. Ele defende as bibliotecas públicas onde se devem estar disponibilizadas para qualquer classe social interessada na aquisição do saber. Naude propõe que as bibliotecas abraçassem novos tipos de conteúdos informativos como globos, mapas-mundi, esferas, pinturas e os tipos que despertem a curiosidade pública. A criação de muitas bibliotecas públicas contribuiu para o avanço da ciência biblioteconômica. É bom lembrar que essas instituições preservadoras de conhecimentos eram apenas lugares de armazenamento literário. Hoje, ela se transformou num sistema de informação e de comunicação social em virtude do surgimento da produção documental. Adquiri atividades de melhoramentos nos acessos a informação. Mas para isso é preciso recursos para produzir resultados satisfatórios. O primeiro curso de Biblioteconomia da América Latina funcionou na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, no ano de 1915, sendo extinto em 1922, após suprir alguns quadros de qualificações técnicas. Ali ocorreram as primeiras manifestações técnicas bibliotecárias. Esse pioneirismo brasileiro deu-se graças a Manuel Cícero Peregrino da Silva. O início desse curso foi estabelecido pelo decreto 8.835 de julho de 1915. Após sua extinção ele foi aberto em 1931. No ano de 1929, foi criado em São Paulo, o segundo curso direcionado a atividades biblioteconômicas que sofreu orientações americanas trazidas pela bibliotecária Adelfha Figueiredo que cursou na Escola de Columbia, em Nova York. Esse intercâmbio trouxe novos métodos e uma realidade lucrativa, relacionada a organização e qualificações de profissionais da área de Biblioteconomia no país. O curso ficou estabelecido no Instituto Makenzie, e com seu sucesso o prefeito de São Paulo, Fábio da Silva Prado, foi introduziu mais um curso. Desta vez, no Departamento de Cultura da própria prefeitura paulistana. Com dois cursos operando no Brasil, em 1940 são introduzidos métodos norte americanos. Em quatro anos esses cursos sofreram reformas sob orientação do escritor Josué Montello, destacado pela idéia de criar novas bibliotecas e a Reforma Montello que se destacou em não formar somente profissionais para bibliotecas como também em outras áreas de atuação. Em 1944 Adelfha Figueiredo juntamente com Rubens Borba de Moraes a dirigirem um novo curso de Biblioteconomia da Prefeitura de São Paulo. Em 1954 surge o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação que teve apoio da Unesco. Essa instituição ofereceu novos cursos de profissionalização que favoreceu muitas outras áreas de conhecimento no campo de Documentação Científica. A década de 50 foi importante para Biblioteconomia brasileira, pois foi um período de inícios de muitos cursos em todo país. O Distrito Federal, e Estados como Maranhão, Ceará, Amazonas, Minas Gerais, Paraíba tiveram seus cursos implantados em Fundações e Universidades Federais. Segundo Bottentuit (2000, p.41), [...] ao final dos anos sessenta, havia muitos cursos implantados nos estados brasileiros, a maioria instituídos em Universidades, sendo que, entre eles, o último a ser criado foi o Curso de Biblioteconomia da Fundação Universidade do Maranhão, hoje, Universidade Federal do Maranhão. No ano de 1963, o primeiro Código de Profissionais Brasileiros foi aprovado. Em 1966 sofreu sua primeira alteração durante a primeira Gestão do Conselho Federal de Biblioteconomia. A segunda alteração do código deu-se em 25 de abril de 1974, durante a oitava reunião Plenária do Conselho, tendo como Presidente Murilo Bastos da Cunha. O Código de Ética sofreu sua última alteração em outubro de 2001. Nessa oportunidade foram apresentadas propostas de trabalhos, reivindicações apontando a modernização, criação de mecanismos para atender os avanços tecnológicos e econômicos, análises da legislação, até àquele momento vigentes. No limiar do terceiro milênio, o Código de Ética para o profissional bibliotecário implica recompor o referencial de valores básicos de orientação do comportamento e reconhecer que, de nada vale criar normas, se a conduta pessoal não se pautar por elas. É da essência da norma a possibilidade de sua violação. (NALINI, 1999 apud CUARTAS, 2000, p.1) No Brasil, a garantia constitucional ao cidadão profissional, consta no artigo 5º, inciso XIII da Constituição Federal, pois todo cidadão tem direito de receber determinados serviços profissionais que estejam regulamentados. É o caso da Biblioteconomia. Na reflexão desse desempenho surgiu a regulamentação da profissão do bibliotecário, pois em qualquer que seja a área de atuação de um profissional a ética tem que estar presente. .
REFERÊNCIAS . CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA. Resolução CFB nº 42 de 11 de janeiro de 2002. Disponível em: .
CONWAY, Paul. Preservação no Universo Digital. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos, 2001. 38 p. CUARTAS, Enriqueta Graciela D. Código de ética profissional do bibliotecário: 15 anos depois. Disponível em: .
FREITAS, Lúcia M.P. Regulamentação profissional e cidadania. Revista CFB, Brasília, ano 1. n. 2, p.4, mai. 2002. GÓMEZ HERNÁNDEZ, J.a. Conceptos teóricos em torno a la biblioteconomia. In: ___. Gestión de bibliotecas. Murcia: DM, 2002. cap.1, p.23-34. GUINCHAT, Claire; MENOU, Michel. Os tipos de unidades de informação e redes. In:__. Introdução geral às ciências e técnicas de informação e documentação. 2.ed. Brasília: IBICT, 1994. p.333-346. JARDIM, José Maria; FONSECA, Maria Odila. Arquivos. In: CAMPELLO, Bernadete Santos; CALDEIRA, Paulo da Terra; MACEDO, Vera Anália Amarante (org.). Formas e expressões do conhecimento: Introdução às fontes de informação. Belo Horizonte: escola de Biblioteconomia da UFMG, 1998. p.369-389. .
MILANESI, Luís. As bibliotecas como centros de informação: uma outra dimensão. Teoria e Debate, n.6, abr./jun.1989. Disponível em: MOORE, Nick. A Sociedade da informação. In: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência Tecnológica. A informação: tendências para o novo milênio. Brasília, 1999. p.94-108. PANDO, Daniel Abraão. O bibliotecário como profissional da informação. In: ___. Formação e demanda profissional em tratamento temático da informação: uma análise comparativa de conteúdos programáticos universitários e de concursos públicos em Biblioteconomia. 2005. 195f., cap. 1 f.9-44. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)-Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação, UNESP, Marília, 2005. ROCHA, Maria Perrone Campos. A questão cidadania na sociedade de informação. Ciência da informação, Brasília, v. 29, n. 1, p. 40-45, jan./abr.2000.
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